quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Introdução às regras para o discernimento

        Método inaciano de tomada de decisão

  • Este método consiste em algumas regras básicas, que ainda não são aquelas escritas por Santo Inácio, mas que ajudarão a compreendê-las depois. Este método pode ser dividido em três partes:
    • Regras para tomar decisão
    • Tempo para tomada de decisão
    • Testes para uma boa decisão
       
    Tomando decisões: regras
  • O propósito de se tomar uma decisão é primeiro o de unir o desejo da chama de seu interior (sua alma, seus desejos espirituais) com o desejo da chama que esta fora de você (Deus, a Vontade cósmica, etc.). Nós fazemos parte de um todo e quando estamos em harmonia, interior com exterior, podemos tomar decisões acertadas.
  • O desejo da chama (Deus, Espiritualidade, o mais elevado Bem espiritual da Humanidade) e o seu desejo devem coincidir pela primeira vez. (Submissão à Vontade Cósmica ou Divina). Submissão aqui considero, não no sentido de deixar-se levar pela imposição, mas aceitação amável do Belo e do Bem na minha vida, que está presente em tudo ao meu redor, como reflexo de seu criador, Bom e Belo.
  • Se o desejo da chama está na origem, no meio e no fim de suas intenções, então suas decisões são o meio em direção ao propósito da chama. Se começa bem, continua bem e termina bem, tal desejo é bom. Qualquer variação nisso, devemos parar e refletir, separar o que não cria harmonia daquilo que nos coloca em sintonia com o Criador da harmonia.
  • Os desejos e decisões com relação à família, carreira, associações espirituais, obra social, serviço, etc., são apenas meios para executar os desejos da chama. Nossa vontade pode ser expressão da vontade de Deus, se deixarmos Deus agir em nós. Este é o objetivo de discernir e tomar decisões acertadas.
  • Nenhuma decisão é realmente uma decisão livre, a menos que estejamos imparciais quanto aos resultados! Imparcial no sentido de não querer isso mais que aquilo: não querer mais saúde que doença, mais riqueza que pobreza, mas vida longa que vida curta. Para isso se faz necessário que estejamos indiferentes, isto é, querendo somente aquilo que Deus quer para nós. Uma indiferença ativa.
 

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Exercícos para ativar a vontade

    Você pode fazer pequenos exercícios diários para ativar o centro de suas vontades. Isso ajudará você a ser um ser autônomo, livre e senhor das próprias decisões.
    Um ser humano que toma suas próprias decisões precisa estar no controle de suas vontades para não cometer erros. Se você consegue se controlar, você pode evitar desastres no relacionamento, nos investimentos, nas deciões do trabalho, etc.
    Experimente fazer estes exemplos de auto domínio e verá como a vida pode ser mais eficiente e eficaz. 
     
  • Estes exercícios não implicam julgamento, são apenas exercícios que provam sua vontadede fazer algo determinado contra a força do hábito.
  • Caminhe olhando somente o pé que vai à frente.
  • Concentre-se na chama de uma vela por 15 minutos esvaziando seus pensamentos.
  • Retarde sua reação a barulhos ambientais ou a pessoas que falem com você.
  • Na próxima vez que sair para jantar com alguém, prepare um tópico de conversação de antemão.
  • Não expresse opiniões. Não use as palavras "na minha opinião", não relate fatos ou dê referência a outros.
  • Se numa conversa, alguém começar a fazer fofocas, levante e saia.
  • Faça suas refeições concentrando-se unicamente na ação de comer. Fique atento a qualquer movimento de cada músculo de seu corpo. Prove cada sabor.
  • Movimente-se em absoluto silêncio durante o dia.

sábado, 10 de novembro de 2012

Exame de Consciência diário




Para a grande maioria das pessoas, Exame de Consciência  é uma maneira de revirar a alma em busca de pecados e tentar encontrar arrependimento para eles, no entanto, para a espiritualidade inaciana trata-se de um modo de orar muito mais refinado e delicado do que se poderia supor. Trata-se, antes de mais nada, do reconhecimento e da santidade de Deus e, sobretudo, de seu amor por mim. Por isto, antes de mais nada, louvo e dou graças.
Esta santidade e este amor, no entanto, me interpelam e me chamam. Aproximam-se de mim e me fazem uma proposta de aliança e de amor.  Como tenho – ou não tenho – respondido a esta proposta que incessantemente me sai ao encontro no cotidiano da vida é o objeto de exame propriamente dito, que sera seguido, então, do arrependimento humilde daquilo que em mim não foi resposta ao amor e disposição esperançosa para corrigir-me do que percebo como limite e fechamento de minha parte.
O exercício diário deste modo de orar tem como fruto tornar mais alertas os sentidos espirituais para a presença e os apelos do Senhor nas diferentes situações da vida diária: resulta ainda em nos tornar mais afinados e sintonizados com tudo aquilo que é sinal e presença do Espírito através das coisas, das outras pessoas e acontecimentos históricos; ajuda-nos a perceber, por outro lado, as diferentes moções e movimentos deste mesmo Espírito em nós e nossos corações.

O exame de consciência inaciano está organizado em cinco pontos básicos:

1. Louvor e ação de graças
2. Pedido de luz do Espírito Santo
3. Pedir contas a si próprio, ou exame propriamente dito
4. Contrição e arrependimento
5. Propósito e ementa
(cf. Exercícios Espirituais n.46)

Exame de Consciência[1]

O Pai nos chama
. Estamos convictos de que o Pai está, constantemente, chamando cada oração humano à união com ele mesmo pelo Cristo: Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou não o chamar (Jo 6,44).
. Este apelo está registrado em nós. Nós o sentimos em nossos corações. Está registrado em nossos sentimentos, humores, impulsos, desejos, urgências. Está acontecendo em cada qual: no justo e no pecador. Mesmo o mais malicioso dos pecadores está sendo chamado. Esteja ele cônscio deste apelo, ou não. Se ele está fazendo morrer em seu coração este chamado, é outro assunto..., mas ele está acontecendo.
. Pode nos surpreender ouvir falar dele, mas é um fato de que o próprio Deus se revela mais a nós por nossos sentimentos e estados interiores do que por nossas idéias claras e distintas. Isto não significa que Deus não se revela a nossas inteligências, mas todos nós sabemos que muito do que nós fazemos tem uma motivação subconsciente, sem uma parada para reflexão sobre o sentimento que está nos movendo.
. Se, então, nós queremos achar Deus mais intimamente, devemos deixar que o Senhor nos chame do mais profundo do nosso ser, e devemos ficar conscientes dos sentimentos que ali se movem. Somente procedendo deste modo eu chegarei a me conhecer realmente, e a conhecer o que devo me tornar quando me plenificar de tudo quanto Deus me dá ser.
. O objetivo de nossa vida é a santidade, íntegra e completa união com Deus. Somente podemos atingir a esta união se nós lhe dermos ouvidos e respondermos a seus constantes apelos a chegarmos mais perto. Nós dissemos, logo acima, que ele apela a cada um de nós num único caminho, que ele dá a conhecer sua presença no nível do nosso ser onde se registram nossos sentimentos, impulsos, necessidades e desejos. Há um outro aspecto a considerar. Nossa natureza de pecadores, também se assinalda no mesmo nível de nossos corações: em nossos sentimentos, estados de espírito, impulsos, desejos, necessidades. O que nos traz um problema: se estou em contato comigo mesmo neste nível do meu ser, então, estou consciente destes outros sentimentos também. Quais os que me levam ao Senhor? Quais os que me afastam? Nós podemos achar este discernimento difícil. Talvez, nosso costume quase nos leve ao oposto: a não dar atenção a nossos sentimentos.

Mas é importante como você sente
. Nós não estamos tratando, aqui, a respeito de sentimentos superficiais, mas a respeito de movimentos no cerne do nosso ser; no profundo do nosso coração onde Deus plantou sua Palavra.
. Se nós estamos distantes desta área, do nosso “eu” real, nós estaremos perdendo muito do que o Espírito está dizendo a nós e, nosso querer, não será nossa própria verdade, porque é deste nível do nosso ser que elaboramos nossas decisões, que descobrimos nosso verdadeiro relacionamento com Deus, nossa autêntica identidade.
. Discernimos o que temos de enfrentar, decidir, interpretar e agir à luz desta identidade. E aí está a oportunidade de “fé-vida” de cada pessoas quando encara questões fundamentais como estas: Deus é real? Jesus, Elevado e vivo, significa algo para mim? Se esta pessoa pode colher, juntamente, todos os elementos da experiência de fé que teve e, então, diz: Sim ele é real! Tenho a experiência a apoiá-lo! Então, sua fé se torna mais madura, ele tem uma clara percepção de sua identidade e relacionamento com Deus.
. A experiência que dá esta convicção é sua experiência profunda, radical, de fé. A experiência que o abriu a Deus, esta entrega radical a Deus que nós todos experimentamos, ou não estaríamos aqui.
. Esta experiência pode não ter ocorrido de forma dramática: ela pode ter surgido como um momento de serena convicção, quando, pela primeira vez na minha vida, conscientemente, entreguei-me totalmente a Deus, talvez no medo, porque não reconheci quando ele me estava falando, mas, finalmente, em alegria e paz, porque, de algum modo experimentei, no fundo do meu ser, que eu era chamado a estar unido a Deus, estar à vontade com ele.
. Devo aprender a tomar cada experiência interior que acontece, e mergulhá-la no íntimo de mim mesmo. Lá, no nível em que ainda estou me esforçando para viver minha entrega total, do meu “sim” ao Pai, se ela se encaixa bem nesta instância diante de Deus.
. Então, isto me servirá de sinal de que ela é correta, boa e que vem de Deus. Haverá um sentido de retidão, paz e alegria. Mas, se eu tomo minha experiência interior que acontece, e a mergulho abaixo deste nível do meu ser, para testá-la em confronto com minha experiência radical de Deus; quando a mergulho e ela regurgita de novo, e todos os meus esforços para fixá-la, simplesmente, causam distúrbio, ruptura e ansiedade, aí está a tentação: isto não me faz sentir à vontade com Deus. Não provém Dele.
. Assim, fica claro o quanto é importante para nós estar atentos a nossos sentimentos. Deste modo, nós podemos especificá-los, e não permaneceremos confusos com eles, relegá-los ao inconsciente, ressurgindo por caminhos danosos.
. Um dos melhores instrumentos para me pôr contato com meu verdadeiro “eu” é o exame de consciência. Costumávamos ser muito fiéis ao exame diário, e talvez ainda o sejamos. Mas é muito importante que o compreendamos corretamente. Juntamente com a Eucaristia, o exame pode nos proporcionar ocasião para o mais íntimo encontro do dia com Jesus.

O exame – seu verdadeiro objetivo – um coração que discerne
. Receio que você e eu olhemos o exame como um tempo para nos examinarmos a nós mesmos a respeito de nossas faltas particulares ou predominantes, ou, para verificar como estamos crescendo numa virtude especial. O que não é muito mal. Mas não é este, com certeza, o intuito de Santo Inácio, de quem nós o herdamos. Trata-se de uma pequena parte do que nos propõe. Nós a fazemos principal e até única.
. Seu verdadeiro objetivo é ajudar-me a tomar conhecimento da dimensão de fé de minha vida, colocando-me com meu verdadeiro “eu” diante de Deus. Ele está, constantemente atraindo para si, por um caminho único e íntimo.
. Se eu vivo dia após dia simplesmente rezando, espontaneamente, a tudo o que me chega, posso estar falhando em ouvir seu quieto e gentil convite, porque há duas espontaneidades, trabalhando em nós: uma boa, proveniente de Deus, outra, má, não proveniente de Deus.
. O exame é um exercício orante diário de discernimento, ajudando-me a responder ao convite amoroso de Deus, não exatamente durante o tempo do exame, mas, em todo o correr do meu dia. Ele me ajuda a encontrar Deus em todas as coisas. Assim, ele não se refere, primariamente, às boas e más ações mas ao que ocorre entre nós antes da ação: nossos mais profundos e íntimos sentimentos; como estamos experimentando o apelo do Pai; como nossa natureza de pescadores está nos tentando quietamente e nos levando para longe do Pai, com sutis disposições dentro de nós.
. Então, este é um exercício de consciência. Consciência de meu atual relacionamento com um Pai amoroso, cujos convites para nos chegarmos mais a Ele se apresentam sob novas formas a cada momento. Não me é possível fazer este tipo de exame sem confrontar minha própria identidade em Cristo diante do Pai.
. Sou uma pessoa individual com votos de pobreza, castidade e obediência, morando em comunidade, e tendo um certo apostolado. Tudo isto é parte de minha identidade: meu segundo nome da graça.

Porém mais do que isto...
Através dos anos, tenho reconhecido maneiras especiais de Deus me chamar e como minha vida tem sido modelada por causa Dele. Eu respondo por um nome pelo qual ninguém mais responde: meu primeiro nome da graça.
. Diariamente, o Senhor me está convidando a aprofundar e desenvolver a minha identidade. Cada dia farei meu exame não de modo comum, mas como um cristão que sou, que quer captar mais de perto minha identidade, quanto me for possível neste momento.

Exame e Oração
. É em minha oração que o Senhor se revela gradualmente a mim, juntamente como o mistério do seu Plano para todo o universo em Cristo. É na oração que tenho experiência de seus convites e mudanças para mim, pessoalmente. Por isto, o exame é prece e se relaciona com minha oração contemplativa quotidiana. Minha oração seria vazia se eu não ordenasse minha vida para respondê-lo. Este é o exame diário que ajuda a sensibilizar-me e reconhecer estes convites interiores do Senhor, que guiam e aprofundam seu mandato. Ser orante significa encontrar Deus em todas as coisas, não só no tempo formal de oração.
. Devemos ter em mente o objetivo do exame: desenvolver um coração com um olhar de discernimento que não esteja atuante apenas por dez ou quinze minutos do exame, mas através de todo o dia. Deixem-me recordar as cinco etapas do exame que devemos fazer e verificar como elas estão orientadas para este objetivo: agradecimento; pedido de iluminação; exame; contrição e arrependimento; propósito.

1. Agradecimento
. Se o exame é relacionado na minha visão com a prece, entenderei, prontamente, como é bom principiá-lo com a ação de graças. Na minha oração-vida tenho meios de perceber o quanto sou pobre. Nada possuo, nem mesmo me possuo. Eu venho diante de Deus como alguém que foi presenteado por ele. Dele, possuo tudo. O aprofundamento de minha fé começa, e, com maior autenticidade, eu me torno consciente de minha total pobreza, e mais me torno marcado pela grande bondade de Deus para comigo. Este sentido de gratidão deve se tornar uma permanente atitude em mim, parte integrante de minha própria consciência. Assim, emprego o tempo de exame a trazer a gratidão para o meu plano consciente, e, assim, posso aprender a possuir uma habitual consciência de quem é Deus e como Ele é Bondade. Gradualmente, experimentarei o que significa crer que tudo é dom, e esta consciência sozinha pode mudar minha vida.
. Assim faço esta parte do exame, agradecendo a Deus especificamente por seus dons nas horas do dia que já transcorreram. Expressando minha gratidão, ajudar-me-ei a descobrir dons de Deus que ele quer me dar no futuro, e assim, me tornarei mais espontaneamente grato quando eles me forem dados.
· O que aconteceu hoje; pelo que eu devo agradecer?
· Considerei os seus dons?
· Toda minha vida se está tornando um “Muito Obrigado!” a Deus?
· O que encontrei mais dificuldade em agradecer?

2. Pedir a Luz do Espírito
. Não há dúvida que tenho cometido muitos erros em minha vida. Para compreender que ver claramente em assuntos espirituais não é tão fácil quanto usar minha razão e senso comum. Desde que, apenas Deus me conhece completamente e sabe quem pretendo ser quando me tornar capaz de ser tudo quanto sou capaz de ser, é claro que somente Ele me pode dar o que necessito perceber em minha vida. Então, é importante que eu peça a seu Espírito que me dê uma crescente inteligência do mistério que eu sou.
· Eu também preciso questionar-me a mim mesmo: estou sendo mais e mais dirigido pelo Espírito?
· Estou aberto a todos os canais pelos quais ele me fala?
· Permiti que ele me dirigisse nos acontecimentos desta manhã, deste dia?
· Experimentarei seus dons: uma nova paz, amor, bondade, gentileza, paciência, fidelidade, autocontrole?

3. Exame
. Esta é a parte do exame que nos é mais familiar. Consiste em nos examinarmos. Mas sobre o que nos auto-examinaremos? No passado, muitos de nós revivíamos nossas ações nesta parte do dia e contabilizávamos nossas derrotas e vitórias. Isto é justamente o que não devemos fazer!
. Nosso real interesse aqui é a fé e o que está acontecendo para nós e em nós, desde o último exame. Assim, as perguntas que me faço devem ser como estas:
· Senti-me chamado pelo Senhor, em algum momento neste período, através de um companheiro, um acontecimento, um bom livro, a natureza...?
· Para que Ele me chamou?
· O que aprendi hoje sobre Ele e sobre Seus caminhos nas ocasiões ordinárias? E nos momentos perdidos?
· De que modo fui sinal da presença e do amor de Deus para meus companheiros, amigos, para pessoas com quem trabalho ou que encontrei?
· Senti-me levado a estar isolado, desencorajado, meu necessitado?
· Como me tornei mais e mais consciente da obra de Deus na grande Igreja, em meu país, nos outros países do mundo?
· Como isso tudo me tocou?
· Tive a certeza de estar mais consciente de ser amado, de minha pecaminosidade, de meu desejo de reciprocidade, de minha dependência?
· De que área do meu ser Jesus ainda não é o Senhor?
. Somente secundariamente consideramos nossas ações, pelo aspecto de como respondem ao seu chamado. Muito freqüentemente, nós consideramos nossas ações mais como nossas do que como movidas e motivadas pelo Espírito. É provável que o Senhor esteja me chamando à conversão em algum aspecto de minha vida. Aí, eu deveria estar respondendo em vez de procurar me ocupar com um ponto que eu mesmo escolhi para trabalhar. Somente Deus pode revelar-me meu estado pecador e Ele somente o faz no amor.

4. Contrição e Arrependimento
. Uma crescente consciência de meu pecado (minha falta de resposta ao amor) pode me levar:
· Ao arrependimento e, então, à admiração de estar sendo constantemente levado à renovação;
· A um sentido profundo de alegria e gratidão, porque tenho garantida a vitória através de Jesus;
· Uma crescente desconfiança de mim próprio e firme confiança em Deus;
· Uma humilde consciência de minha fraqueza;
· Uma robusta fé de que estou sendo, progressivamente, convertido de pecador em filho de Deus.

-Neste período posso expressar meu arrependimento por ações específicas que tenham sido respostas inadequadas a seu amor e à sua obra em meu coração.

5. Esperançosa resolução para o futuro
- O que faço nesta parte do exame decorre, naturalmente, de tudo o que precedeu. Entretanto, eu serei diferente cada dia. Se eu for o mesmo todos os dias, isto seria um sinal seguro de que não integrei os outros quatro elementos do exame.
- Como olharei para o futuro? Estou desalentado, temeroso, desencorajado? Se assim é, por quê?
Devo ser honesto e não reprimir meus verdadeiros sentimentos. Deveria haver um grande desejo de enfrentar o futuro com renovada visão e sensibilidade, então pedirei:
· A graça de reconhecer os caminhos pelos quais Deus me chama em cada situação do futuro;
· E de responder a seu chamado com mais fé, coragem, humildade; em especial como experiência de seu chamado para uma contrita conversão em determinado ponto do meu coração.
. Estarei planificado com esperança, não fundada no meu próprio deserto de poderes, mas, em nosso Pai, cuja gloriosa vitória em Jesus Cristo, eu gozo através da vida de Seu Espírito em meu coração.
. Quanto mais eu confio no Senhor e deixo que Ele conduza minha vida, tanto mais experimentarei a verdadeira esperança sobrenatural Nele, não só apesar de, mas, através de minha fragilidade, pena e pobreza. E esta experiência traz alegria!
. Deixo o passado para trás e, com todo o meu ser, continuo correndo para minha meta (Fl. 3, 13).

. Avaliação da Oração
. Data ___/___/___ texto ______________________________
1. Sentimento____________________________________________________________
2. Trechos / Idéias ________________________________________________________
3. Iluminações____________________________________________________________
4. Apelos+++++__________________________________________________________
5. Resistências____________________________________________________________

. Exame
1. Obrigado_______________________________________________________________
2. Dá-me luz______________________________________________________________
3. Luz e Sombras___________________________________________________________
4. Perdão__________________________________________________________________
5. Amanhã será melhor_______________________________________________________


[1] Este  exame de consciência é uma apresentação abreviada do artigo de P. George Aschenbrenners, “Exame de Consciência” (Consciousness Examen), da Review for Religious, vol. 31, 1971/1. Esta apresentação é trabalho da equipe de Exercícios dirigida pelo P. John English S.J., que conduz o Institute in Practical Spirituality em Guelph, Ontário, Canadá. Tradução: Pe. Raul Paiva S.J.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Objetivos traçados, metas alcançadas


   Os exercícios espirituais de Santo Inácio representam hoje uma ajuda notável para muitos de nós que nunca conseguimos organizar nossa vida, nosso horário, nosso dia. Eles nos propõem uma ferramenta para ajudar a ordenar nossa vida, uma disciplina tal que nos faz encontrar o caminho certo para a verdadeira vida.
   Quando nos perguntamos: Quem sou eu? De onde venho? Onde estou? Estamos diante de perguntas que nós fazemos quando começamos a refletir sobre nossa existência e nossa vida neste mundo.
   Damos um passo a mais quando refletimos sobre as nossas perspectivas. Onde quero chegar? Quais são minhas metas? Qual meu objetivo na vida?
   Essas novas perguntas supõem um nível de reflexão mais elaborado que mostra que nós já acedemos a um patamar de consciência pessoal mais elaborado.
   Para subirmos mais uns pontos na escala da evolução humana, há que se perguntar: Qual meu objetivo espiritual na vida. Nesta pergunta o nível de humanidade pensante parece já haver sido alcançado.
   Então vamos nos debruçar sobre essa nossa plena humanidade.
   Qual o objetivo espiritual, profissional e familiar que pretendo alcançar na minha vida? Escrevo-os numa folha em branco depois me coloco a rezar por várias horas na semana ou no mês.
Feito isso, vamos traçar nossas metas para os próximos cinco anos.
   Nestes próximos cinco anos, quero atingir os objetivos, espirituais, profissionais e familiares que me apareceram na oração.
   Vamos analisar se esses objetivos traçados são possíveis e se nos trazem felicidade, não alegria passageira, mas felicidade e sentido de vida.
   Para concretizar mais ainda nossas alegrias nas nossas células será preciso concretizar isso mais ainda na nossa existência.
   Quais são meus objetivos espirituais, familiares e profissionais para o próximo ano?
   Já se trata de planejamento anual que concretiza meus objetivos de vida. Isso dá consistência à veracidade dos meus sonhos. Do contrário seriam somente sonhos e desejos infundados. Aqui estão os fundamentos dos meus objetivos.
  E ainda, se quisermos  vivenciar nossos objetivos devemos elaborar metas mensais.
   Ainda podemos acrescentar outros objetivos mais imediatos que ajudem na consecução do objetivo final de vida. São degraus que devemos subir para alcançar objetivos maiores.
   E, por fim, cada dia, devemos nos preparar para vivê-lo bem vivido.
   Ao nos levantarmos, antes da nossa oração pessoal devemos sempre nos perguntar: Que queremos com o dia de hoje? Que queremos viver hoje? Que queremos alcançar hoje? Qual o objetivo deste nosso dia? Onde queremos chegar espiritualmente, familiarmente, profissionalmente.
   É bom saber que:  Um navio perdido no meio do oceano, se não tiver uma carta de navegação, nunca poderá corrigir sua rota. Sempre estará perdido. Pode até navegar bem, mas sem um rumo determinado.
   Se eu não consigo traçar um rumo para a minha vida, posso viver até bem, mas nunca vou crescer, nem atingir nenhum objetivo. Posso ser até boa pessoa, mas nunca vou conseguir concretizar metas e objetivos que me lançam para fora de mim mesmo em direção ao ser mais e ser para os demais.
   O segredo de nosso êxito, eficiência, sucesso, realização pessoal está baseado na nossa disciplina de vida. E mais, a nossa espiritualidade será uma espiritualidade concreta no nosso dia-a-dia se conseguirmos ordenar nossa vida, nosso ano, nosso mês, nosso dia, nossas horas.
   O segredo das grandes pessoas é a “carta de navegação”que eles bem construíram em suas vidas.  Objetivos traçados, metas alcançadas.
   No final de cada dia restará apenas avaliar e propor ser melhor no dia seguinte.